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Procuradores da Fazenda fazem ato em Brasília contra sonegação de impostos

postado em 19/03/2015 0:00 / atualizado em 19/03/2015 0:00

Mais de R$ 105 bilhões de impostos já foram sonegados desde janeiro. Com a pauta de combate à corrupção sobre a mesa do Planalto, o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) promoveu na manhã desta quarta-feira (18/3) a primeira ação. No gramado próximo ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, o Sonegômetro, um painel eletrônico, mostra o imenso valor de tributos desviados dos cofres públicos.

 
Do montante total, 80% foi escoado em processos de lavagem de dinheiro. Segundo o Sinprofaz, estão por trás dessas operações milhares de devedores de alta renda, grandes empresas e até políticos. “Alguns dos envolvidos na Operação Lava Jato foram indiciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro”, destacou o presidente da entidade, Heráclio Camargo.
 
A lavagem de dinheiro é movimentada pelo tráfico de drogas, contrabando, tráfico de armas, roubos, propinas, corrupção e a sonegação. Os impostos devidos e não pagos entram na economia formal como aspecto legal. “O criminoso pode alegar a compra de R$ 50 milhões de litros de combustível ao ano e só ter comprado R$ 10 milhões. Ele paga para alguém fornecer notas frias dos R$ 40 milhões e, de forma ilícita, traz esse valor para a economia formal”, exemplificou Camargo.
 
Somente no ano passado, foram sonegados R$ 502,1 bilhões, número 20% superior aos tributos não pagos em 2013. Na avaliação do Sinprofaz, o aumento da carga tributária fará o sonegômetro atingir valor superior até dezembro. A quantia é superior ao dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal.
 
O combate à lavagem de dinheiro poderia ser fortalecido por meio de investimentos na Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN). Atualmente, o órgão conta com 328 cargos vagos de Procurador da Fazenda Nacional, e carece de carreira de apoio específica e sistemas informatizados funcionais. “Enquanto cada juiz federal tem entre 20 a 25 assessores, cada procurador dispõe de 0,5 servidor de apoio. A categoria não tem mão de obra de suporte para a realização das pesquisas”, protestou Camargo. São 2.072 procuradores, 1.518 servidores e 116 unidades para investigar mais de 7,4 milhões de processos em tramitação referentes a mais de 3,5 milhões de devedores.
 
 
 
Correio Braziliense, em 18/03/2015.

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