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Informe econômico Febrafite – De 24 a 30 de julho

postado em 31/07/2012 0:00 / atualizado em 31/07/2012 0:00

Resumo analítico das principais notícias da área econômica entre 24 e 30 de julho:

•A presidenta Dilma Rousseff confirmou neste final de semana a dica anunciada na semana passada neste Informe: a de que o governo prepara um amplo pacote de desonerações tributárias para fazer frente à crise econômica global. Mas a presidenta também lançou no ar uma advertência com ares de ameaça: os incentivos fiscais já anunciados só serão mantidos se a indústria se comprometer em não demitir, o que não vem sendo respeitado, por exemplo, pelas montadoras do setor automobilístico.

•A advertência-ameaça da presidenta é feita num momento em que crescem as críticas à capacidade de que desonerações como a oferecida às montadoras (redução do IPI), voltadas a estimular o consumo, sejam suficientes para recuperar o ritmo de atividade econômica. Por isso, o governo começa a trabalhar numa agenda de desoneração mais estrutural, voltada para incentivar investimentos produtivos.

•A nova agenda tributária para o desenvolvimento, segundo fontes do governo, seria assentada no seguinte tripé: ampliação (ou até generalização) da desoneração da folha de pagamento (hoje restrita a alguns poucos setores econômicos); eliminação de algumas contribuições tributárias e fiscais que elevam o custo da energia elétrica em até 10%; reformulação da legislação do PIS-Cofins, transformando estes tributos em autênticos impostos sobre o valor adicionado, a exemplo do ICMS.

•As duas primeiras medidas da agenda deverão ser anunciadas ainda em agosto, enquanto a terceira depende ainda de discussões e, provavelmente, de uma tramitação mais longa no Congresso.

•Tudo indica, de todo modo, a disposição da presidenta de entrar na segunda parte de seu mandato produzindo uma guinada na política fiscal e econômica. Os primeiros dois anos de governo foram marcados por maior austeridade e utilizados para reforçar a retórica governamental em favor de uma redução da taxa de juros, como a que vem sendo conduzida atualmente pelo Banco Central; os próximos dois anos, segundo se espera, seriam utilizados para reforçar estruturalmente a economia, com medidas de incentivo aos investimentos privados via desonerações e recuperação também dos investimentos públicos. A conferir.
 

•Enquanto isso, os indicadores econômicos no Brasil continuam pouco animadores, apesar da recuperação das bolsas de valores ao sabor das declarações das autoridades européias em defesa da sua moeda. A Sondagem Industrial da CNI, por exemplo, apontou queda na produção e no emprego em junho de 2012. Também houve recuo na utilização da capacidade instalada, e o nível de estoques, apesar do recuo no mês, ainda continua elevado.

•Ainda segundo a CNI, em junho a produção industrial recuou em 27 dos 30 setores analisados e ficou abaixo do usual para o período em 23 deles. A causa principal apontada pelas empresas é a falta de demanda – cerca de 35% das médias e grandes empresas, na sondagem da CNI, atribuem a falta de mercado para o recuo na produção.

•Por outro lado, os indicadores seguem apontando deterioração na confiança dos agentes econômicos. Segundo a FGV, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1,5% entre junho e julho – terceira queda consecutiva do índice mensal. Já  o Índice de Situação Atual (ISA) mostrou queda de 2,7%, registrando a pontuação mais baixa desde outubro de 2011. E o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,9%, menor pontuação desde março de 2012.

•A única boa notícia, da parte dos indicadores, veio das operações de crédito do sistema financeiro monitoradas pelo BC: a taxa de inadimplência recuou de 5,9% em maio para 5,8% em julho. Esse recuo ocorreu tanto nas operações com pessoas jurídicas (de 4,1% para 4%), quanto com pessoas físicas (de 7,9% para 7,8%).

•Além disso, vale destacar a queda na participação das operações vencidas entre 15 e 90 dias, tanto nos empréstimos para pessoas jurídicas (de 2,3% para 2,1%), quanto para pessoas físicas (de 6,6% para 6,4%), indicando que a taxa de inadimplência deve seguir em baixa nos próximos meses.
 

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