postado em 03/07/2012 0:00 / atualizado em 03/07/2012 0:00
Informe econômico nº 5
• O mercado financeiro reduziu pela oitava semana consecutiva a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, a mediana das previsões para a expansão da economia brasileira neste ano caiu de 2,18% para 2,05%. A queda acontece no primeiro levantamento após a redução, na semana passada, da estimativa oficial do BC para o crescimento do PIB em 2012, que passou de 3,5% para 2,5%. Há um mês, o mercado financeiro ainda esperava crescimento de 2,72% do PIB, levemente superior ao de 2011 (2,7%).
• Por outro lado, o relatório de operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional divulgado pelo BC na semana passada traz uma boa notícia: a significativa redução dos custos financeiros. As taxas de juros para pessoas jurídicas recuaram de 26,3% a.a. para 25% a.a. na comparação entre maio e abril de 2012, enquanto que as taxas de juros para pessoas físicas recuaram de 41,8% a.a. para 38,8% a.a. na mesma base comparativa. Comparando com o mesmo mês do ano anterior, o recuo nas taxas de juros para pessoas jurídicas foi de 6,1 p.p. e para pessoas físicas 8 p.p.
• Esse movimento de redução dos custos financeiros foi liderado pelos bancos públicos, que seguem com estratégia agressiva de expansão das operações a custos mais baixos, ganhando participação no mercado. Comparando com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento do saldo das operações dos bancos públicos foi de 26,4% em maio. A taxa de expansão das operações de crédito dos bancos estrangeiros (16,8%) e, principalmente, dos privados nacionais (10,7%) foi bem inferior à dos bancos públicos.
• O ponto negativo foi a continuidade de alta na taxa de inadimplência, que atingiu a média de 6%, o pior patamar registrado pelo Banco Central nos últimos 12 anos. Nas operações com pessoas jurídicas, a taxa de inadimplência manteve-se em 4,1% na passagem de abril para maio. Para pessoas físicas, contudo, a inadimplência elevou-se de 7,8% para 8%.
• Apesar do dado negativo, há expectativa de redução lenta da inadimplência das pessoas físicas nos próximos meses. Dados da CNC indicam que, apesar da elevação no número de famílias endividadas entre junho (57,3%) e maio (55,9%), a inadimplência registrou leve recuo após quatro altas seguidas: 23,2% das famílias disseram estar com dívidas e contas em atraso em junho ante 23,6% em maio. Ademais, o perfil do endividamento das famílias melhorou em junho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional), com redução no percentual de famílias “muito endividadas” de 13,9% para 12,4%.
• No lado da inflação, os índices aos consumidores divulgados na semana confirmaram a expectativa de redução nas taxas ante o mês anterior. Segundo a Fipe, a inflação na cidade de São Paulo ficou em 0,21% na 3ª quadrissemana de junho, ante 0,25% na quadrissemana anterior. A desaceleração foi puxada por dois grupos: Habitação (de 0,19% para 0,05%) e Transportes (de -0,46% para -0,62%), com forte impacto da desoneração tributária na queda dos preços dos veículos.
• Já a FGV divulgou que o IPC-S encerrou o mês de junho em 0,11%, desacelerando em relação a maio (0,52%) e também abaixo da taxa registrada na 3ª quadrissemana de junho (0,16%). O IPC-S acumula altas de 2,83% no ano e de 5,37% nos últimos 12 meses.
• Com esses resultados, espera-se que o IPCA de junho, a ser divulgado nesta sexta-feira, ficará no mesmo patamar do IPCA-15 (0,18%), mantendo a inflação acumulada em 12 meses estável em torno de 5%.
• Por fim, vale destacar que o Relatório de Inflação do Banco Central revisou a projeção de inflação para 2012 no cenário de referência para 4,7%, ante 4,4% em março, com preços monitorados reavaliados de 4% para 3,6%. O Relatório de Inflação destacou que há menor risco associado ao cenário da inflação. No cenário externo, cabe destacar os fatores que implicam lenta recuperação das economias maduras: (i) desemprego elevado, (ii) ativos depreciados, (iii) crédito fragilizado, (iv) baixa confiança de empresários e consumidores; e (iv) reduzido espaço para políticas contracíclicas.
• Esse contexto de baixo crescimento das economias maduras foi reforçado nos últimos meses porque a situação na Europa se deteriorou e porque as limitações da capacidade fiscal e do mercado de trabalho nos Estados Unidos ficaram mais evidentes, debilitando ainda mais o estado de confiança. As economias emergentes também devem crescer menos, atingidas principalmente pelos canais do comércio e das expectativas.
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