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Guido Mantega admite que inflação este ano pode ficar acima da meta

postado em 27/05/2008 0:00 / atualizado em 27/05/2008 0:00

SÃO PAULO e BRASÍLIA. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem que a inflação brasileira pode ficar acima do centro da meta este ano, de 4,5%. Mas, segundo ele, a taxa vem apresentando um desvio menor em relação ao objetivo, na comparação com outras economias, diante da escalada dos preços das commodities no mercado internacional. O Chile, citou, tem como meta 3%, mas a taxa oficial em 12 meses está entre 7% e 8%, enquanto no Brasil, o IPCA (índice oficial) está pouco acima de 5%.

– Estamos dentro da meta, mas é preciso levar em consideração a banda – observou Mantega, em referência aos dois pontos percentuais para cima ou para baixo que a inflação pode atingir, em encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). – Nos últimos anos temos cumprido as metas de inflação, usando ou não as margens de tolerância, preferindo não usá-las, mas, se necessário, serão usadas.
A declaração do ministro veio dois dias depois de o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, ter afirmado à Agência Brasil que a inflação seria mantida num nível consistente com as metas, e que a economia cresceria de forma sustentável.
Reconheceu, porém, que a pressão de preços no atacado gera riscos de repasse ao varejo.
Para Mantega, a inflação é um problema que deve ser enfrentado com todos os instrumentos disponíveis.
A piora da expectativa de inflação fez analistas do mercado financeiro aumentarem, de novo, a projeção para a taxa básica de juros este ano. Segundo a pesquisa semanal Focus, do BC – realizada com economistas das cem maiores instituições financeiras -, a estimativa é que a Selic encerre 2008 em 13,5% ao ano, 0,25 ponto percentual acima da previsão anterior.
A projeção do IPCA para o ano passou de 5,12% para 5,24%. Foi a nona semana consecutiva de elevação da estimativa para o índice. Para 2009, a previsão foi mantida em 4,5%.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), os analistas estimam alta de 4,7%, contra 4,69% na sondagem anterior.
A pesquisa previu que o déficit das transações do Brasil com o exterior ficará em US$ 20 bilhões em 2008. Uma das razões foi a melhora da previsão de saldo comercial, de US$ 24,2 bilhões para US$ 24,9 bilhões. Já a projeção de investimento estrangeiro direto foi rebaixada de US$ 32 bilhões para US$ 31,3 bilhões, e a expectativa de cotação do dólar foi mantida em R$ 1,70 no fim deste ano.

Saldo da balança comercial é de US$ 2,9 bi em maio

O fim da greve da Receita Federal, no último dia 12, inflou a balança comercial brasileira da quarta semana de maio, após 54 dias de paralisação. Em quatro dias úteis, houve superávit semanal de US$ 741 milhões, levando o saldo do mês a US$ 2,960 bilhões, o maior deste ano.
No ano, a balança está superavitária em US$ 7,540 bilhões, mas o valor é 53,7% abaixo do apurado em janeiro a maio de 2007. Refletindo a proximidade do plantio da safra e a alta do petróleo, os gastos com importação de adubos e fertilizantes subiram 283%

Fonte: O Globo
Data: 27/05/2008

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