Notícias

Disparada da dívida do governo durante gestão de Dilma Rousseff assusta

Por Rosana Hessel/Correio Braziliense

postado em 14/12/2015 0:00 / atualizado em 14/12/2015 0:00

Desde o início do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, a dívida pública não para de crescer. A soma do que o governo deve internamente e no exterior chegou a R$ 3,8 trilhões, em outubro, e vem avançando a uma velocidade que preocupa os especialistas, colocando o país em risco de perder de vez o grau de investimento pelas agências de classificação de risco.
 
A dívida pública aumenta, principalmente, porque o governo não faz o básico de qualquer economia doméstica: não gastar mais do que arrecada. E, ao deixar de controlar as despesas, o Tesouro Nacional emite títulos para cobrir os rombos a juros exorbitantes, o que amplia ainda mais o saldo devedor. É como entrar no cheque especial. Esse círculo vicioso vem fazendo com que analistas elevem as projeções para a relação da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB), um dos principais indicadores das agências de classificação de risco, na avaliação das notas dos governos.
 
A dívida bruta brasileira, por exemplo, era 51,8% do PIB em 2010, chegará a 67,5%, neste ano, e a 88% do PIB, em 2019, pelas contas do Santander, que estão entre as mais conservadoras. A economista Monica De Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, em Washington, em um estudo recente, estima que, se esse descontrole fiscal continuar deteriorando as contas públicas, a taxa chegará facilmente a 80% no ano que vem, podendo ultrapassar 110% do PIB, em 2020.
 
Monica lembra que, apesar de toda a retórica do governo em afirmar que vem tentado segurar os gastos — com contingenciamentos de despesas discricionárias (não obrigatórias), mas que limaram pouco mais de 40% nos investimentos —, os números dizem o contrário. “Quando a gente olha as contas públicas, os gastos do governo continuam crescendo. Isso contribui para uma dinâmica ruim da dívida, que está em fase de deterioração. O ano passado não foi bom, e, em 2015, incluindo as pedaladas, a conta de juros vai explodir”, avisa.
 
Obrigado a contabilizar as pedaladas fiscais de R$ 57 bilhões, neste ano, o governo conseguiu alterar a meta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o setor público, que passou de um superavit primário de R$ 66,3 bilhões para um rombo de até R$ 119,9 bilhões. Em 2014, o deficitfoi de R$ 32,5 bilhões.
 

 

Leia também:

Copyright © 2025. Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais - Todos os direitos reservados.