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CE – Indústria e comércio alavancam ICMS do Ceará

postado em 31/07/2009 0:00 / atualizado em 31/07/2009 0:00

Nos seis primeiros meses de 2009, a arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pela indústria e pelo comércio, no Estado, acumulam alta de 14,81% e 10,82%, respectivamente, sobre o mesmo período do ano passado totalizando, nessa ordem, R$ 266,7 milhões e R$ 808,1 milhões. Os resultados podem ser um indicativo de que o Ceará está sofrendo menos com os efeitos da crise, na comparação com o resto do País e apontam, ainda, para uma trajetória de retomada da economia estadual.

Entretanto, considerando o mês de junho, enquanto o comércio mantém a trajetória de alta, com 9,33% de incremento sobre o mesmo mês de 2008, somando R$ 136,3 milhões contra R$ 124,7 milhões; a indústria, por sua vez, apresenta retração na arrecadação do ICMS, contabilizando queda de 8% no período, totalizando R$ 41,79 milhões em junho deste ano, ante R$ 45,43 milhões, neste mês no ano passado.

Cenário este que se repete na comparação do sexto mês do ano com o mês imediatamente anterior (maio), quando a atividade comercial no Estado acusa aumento de 7,76% no montante arrecadado do tributo e a indústria confirma o movimento contrário, contabilizando decréscimo de 8,74%.

Os números são da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), divulgados pelo Radar da Indústria e do Comércio do Ceará para o primeiro semestre do ano, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado (Ipece). O diagnóstico traz ainda, além da arrecadação, indicadores como PIB industrial, empregos da indústria e do comércio, consumo de energia de ambos os setores, volume de vendas do comércio varejista e produção física da indústria.

Desaquecimento

Na avaliação do analista de Políticas Públicas do Ipece, Alexsandre Cavalcante, o desaquecimento da produção física da indústria no acumulado do ano (-6,33%), puxado sobretudo pelo mês de maio (-4,27%) foi o principal fator para a queda na arrecadação do ICMS do setor, no primeiro semestre de 2009. O desaquecimento se confirma, conforme detalha o especialista, pela redução do consumo de energia pela indústria no período (-1,76%).

Já o comportamento positivo no volume arrecadado desse mesmo tributo pelo comércio é evidenciado, por sua vez, aponta Cavalcante, pelo aumento no volume de vendas do setor nos seis primeiros meses de 2009 (8,44%), na comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para os meses de janeiro (3,43%) e maio (2,47%), sobre os mesmos meses de 2008.

Desempenho este, destaca o especialista, influenciado pelo forte crescimento do montante de vendas de combustíveis (18,8%), alimentos (13,7%), móveis e eletrodomésticos (13%) e pelo grupo de tecidos, calçados e vestuário (5,4%), no confronto do quinto mês do ano com o mesmo período do ano passado.

´No geral, a taxa de crescimento do volume total de vendas do comércio varejista no Ceará em maio deste ano, ante o mês de abril, foi de 2,5%, representando o segundo maior aumento mês a mês deste ano. Já comparando maio de 2009, como o mesmo mês do ano passado, o acréscimo no volume de vendas foi de 10,8%, índice superior ao dobro do registrado pelo País no período (4%), explicando o crescimento na arrecadação do setor´, ressalta Cavalcante.

Segundo ele, pelo conjunto dos indicadores presentes no Radar do comércio e da indústria, pode-se concluir por uma trajetória de retomada da economia estadual. ´Isto significa dizer ainda que o Ceará está sofrendo menos com os efeitos da crise, na comparação com o resto do País´, afirma.

´O que se confirmará no decorrer do segundo semestre de 2009, pois a indústria deverá apresentar recuperação na arrecadação do ICMS, dado principalmente a influência positiva do varejo, que tradicionalmente toma ´fôlego´ nos seis últimos meses do ano. O que logicamente vai impactar as encomendas para a indústria, que por sua vez vai mais produzir mais, gerar mais empregos e, como conseqüência, arrecadar mais impostos´, acrescenta.

Fonte: Diário do Nordeste

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