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Informe econômico Febrafite – entre 10 e 16 de julho

postado em 18/07/2012 0:00 / atualizado em 18/07/2012 0:00

Resumo analítico das principais notícias da área econômica entre 10 e 16 de julho:

•    Como previsto na semana passada, o Banco Central reduziu a taxa Selic de 8,5% para 8% ao ano, fazendo o juro básico da economia cair para o menor nível da história. E a taxa ainda deve cair para 7% ou 7,5% até o final do ano, segundo projeções do mercado.

•    Apesar dos juros em baixa para tentar reativar a economia, o Boletim Focus (do BC) já prevê que o PIB cresça abaixo de 2% em 2012, e o FMI reviu de 3,1% para 2,5% sua estimativa de crescimento para a economia brasileira. A estimativa oficial da equipe econômica, que baliza as projeções do orçamento e será divulgada nos próximos dias, deve permanecer na casa dos 3%, segundo os analistas, para evitar uma revisão mais drástica das receitas.

•    Na prática, a política fiscal está numa espécie de encruzilhada. A revisão do PIB para baixo e a frustração da receita no primeiro semestre apontam para uma arrecadação bem inferior àquela que vinha sendo projetada nos decretos oficiais. Se a arrecadação é inferior ao programado, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo também deve cortar as despesas ou, alternativamente, reduzir a meta de superávit primário. Como não quer cortar despesas (para não afetar negativamente a economia), nem reduzir o superávit (para não dar justificativa para o BC interromper a queda dos juros), o Tesouro insistirá na tese de que as receitas extraordinárias (tais como dividendos das estatais) ajudarão a fechar a conta até o final do ano.

•    Para 2013, entretanto, o governo poderá rever a meta de superávit primário do setor público, atualmente fixada em valores equivalentes a 3,1% do PIB. Além das dificuldade da União em cumprir sua cota na meta, os estados e municípios também enfrentam sérias dificuldades, tendo em vista o aumento de gastos e a estagnação da receita em função da crise econômica.

•    No primeiro semestre deste ano, segundo dados das Secretarias de Fazenda, a receita de ICMS das cinco maiores unidades da federação (SP, RJ, MG, RS e PR) cresceu apenas 8% em valores nominais na comparação com igual período de 2011. Descontando a inflação, isso representa um aumento real de apenas 2%, taxa coincidentemente parecida com as projeções de crescimento do PIB para 2012.
•    A pior performance do ICMS, de 6,7% de crescimento nominal, foi verificada em São Paulo, justamente o estado que concentra a produção industrial do país, que está sofrendo sucessivas quedas de produção.

•    Na semana passada, aA Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE também mostrou que o ritmo fraco da atividade econômica e o aumento do endividamento das famílias atingiram em cheio o consumo e o desempenho do comércio varejista em maio.

•    As vendas do comércio varejista, que vinham resistindo há meses ao desaquecimento da economia, caíram em maio 0,8% em relação a abril, na série livre das influências sazonais. Este foi o maior recuo desde novembro de 2008, período que marcou o auge no impacto da crise internacional sobre a economia brasileira. A média móvel trimestral, que aponta com mais precisão a tendência do varejo, caiu de 0,3% no trimestre encerrado em abril para 0% no trimestre encerrado em maio.

•    No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o recuo nas vendas foi de 0,7% em maio. Houve alguma recuperação no segmento de veículos, mesmo antes da redução de IPI sobre os automóveis, anunciada em 21 de maio, mas as vendas de materiais de construção desabaram 11,3%.
 

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